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Nesta edição:
- Relatório de Elisa Ferreira sobre
planeamento fiscal agressivo aprovado por larga maioria.
- Francisco Assis envia carta à
comissária europeia para o Comércio sobre o acordo
União Europeia - Mercosul e questiona a Comissão Europeia
sobre a condenação à morte do poeta palestiniano
Ashraf Fayadh.
- Carlos Zorrinho: Reforço das
interligações fundamental para o mercado único da
energia e participa em 2015 Science Business Annual Summit.
- Maria João Rodrigues: Socialistas conseguem
importante vitória com a introdução de uma
"garantia da infância" e organiza ação de
formação em negociação europeia.
- Pedro Silva Pereira apela a entendimentos fortes
para a Conferência Ministerial da OMC.
- Ana Gomes participa nos debates sobre o combate
à radicalização e recrutamento de cidadãos
europeus por organizações terroristas, os atentados de
Paris, a cimeira de Valetta, relatório Taxe e
eleições legislativas em Mianmar.
- Liliana Rodrigues debate pobreza infantil na UE e
reúne-se com jornalistas portugueses.
- Opinião de Ricardo Serrão Santos: A
Marca do Peixe dos Açores.
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Um ano depois do escândalo LuxLeaks, que revelou a
extensão dos acordos fiscais antecipados (mais conhecidos por
tax rulings) concluídos entre vários governos da
UE e centenas de grandes empresas mundiais para reduzir a sua fatura
fiscal, o Parlamento Europeu aprovou por larga maioria o
relatório de que Elisa Ferreira é coautora e que
avança uma série de recomendações para
acabar com a fraude e evasão fiscal das multinacionais na
Europa.
Aprovado por 508 votos a favor, 108 contra e 85
abstenções, o relatório encerra 10 meses de
trabalho intenso no quadro de uma Comissão Especial (TAXE) criada
pelo Parlamento Europeu (PE) para averiguar o conteúdo e os
efeitos destes acordos.
Elisa Ferreira e os outros membros desta comissão visitaram
alguns dos países da UE habitualmente mais associados a estas
práticas (Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Reino Unido e
Irlanda), a par da Suíça, e ouviram os testemunhos de
largas dezenas de pessoas, incluindo ministros, trabalhadores e
responsáveis das administrações fiscais,
representantes das empresas de consultadoria e de aconselhamento fiscal,
das multinacionais – que resistiram durante meses a comparecer
perante a TAXE – jornalistas, lançadores de alertas de
práticas irregulares, pequenas e médias empresas,
fiscalistas, académicos, peritos, sindicatos,
organizações não governamentais, entre outros.
O diagnóstico do relatório de Elisa Ferreira é
claro: cada país da UE funciona como o paraíso fiscal dos
parceiros ao oferecer às empresas esquemas mais ou menos
sofisticados para atrair rendimentos para o seu território.
Graças a estes esquemas as multinacionais apenas precisam de
abrir “caixas de correio” ou sucursais com um número
simbólico de funcionários, para onde transferem lucros sob
a forma de dividendos, royalties ou juros e que, consoante os
países, são sujeitos a uma tributação
simbólica ou nem são tributados. Frequentemente, estes
rendimentos saem para paraísos fiscais sem terem pago qualquer
imposto na UE.
Para Elisa Ferreira, esta situação é “politicamente
insustentável” porque, graças a estes esquemas,
as multinacionais pagam taxas efetivas de imposto sobre os lucros
frequentemente inferiores a 5%. Isto significa que a carga fiscal
necessária para alimentar os orçamentos nacionais e os
serviços públicos essenciais como a saúde,
educação ou infraestruturas, é suportada
essencialmente pelas pequenas e médias empresas e pelos
cidadãos.
A dificuldade do combate a esta injustiça fiscal tem a ver com
o facto de as decisões em matéria de fiscalidade na UE
serem obrigatoriamente tomadas por unanimidade dos seus 28
Estados-membros, o que significa que basta o veto de um Governo para
bloquear qualquer progresso.
A eurodeputada defende no entanto firmemente que esta
situação tem de mudar e que a única forma de o
conseguir será através da pressão que os
cidadãos e os seus representantes consigam exercer tanto sobre os
Governos para aceitaram mudar as leis, como sobre as empresas para
tomarem consciência da sua responsabilidade social pagando a sua
quota-parte de impostos. Segundo Elisa Ferreira, a melhor
operação de publicidade de uma empresa junto dos
cidadãos, sobretudo no atual contexto de fortes aumentos da carga
fiscal e de redução de serviços mínimos
essenciais do Estado, será anunciando: “eu pago os
meus impostos”.
O relatório agora aprovado contém dezenas de
recomendações à Comissão Europeia (o
órgão executivo da UE) e aos Governos da UE que incluem,
entre muitas outras medidas, um apelo para que as multinacionais sejam
obrigadas a declarar os lucros e os impostos pagos em cada país
onde operam; uma base comum e consolidada em toda a UE para o
cálculo dos impostos sobre os lucros das empresas; uma lista
comum europeia de paraísos fiscais e sanções para
todos os que lidam com eles; um quadro comum europeu de
proteção dos lançadores de alerta de
práticas irregulares, que inclui um fundo para compensar
eventuais perdas financeiras ou a perda dos postos de trabalho em
resultado das denúncias; um regime de incompatibilidade para as
empresas que fornecem simultaneamente serviços de consultadoria
fiscal aos Governos e às instituições europeias e
aconselhamento fiscal às empresas sobre esses mesmos temas; e a
troca automática de informações sobre os acordos
fiscais antecipados com empresas.
Com a votação no plenário do PE, o mandato da
Comissão Especial Taxe termina a 30 de novembro. O PE quer no
entanto prosseguir este trabalho, no quadro de uma nova comissão
especial que será criada a 1 de dezembro, provavelmente com a
mesma estrutura e membros, para continuar a averiguar a
situação da evasão fiscal na Europa e acompanhar e
vigiar a aplicação concreta das
recomendações agora aprovadas.
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Francisco Assis, presidente da delegação do Parlamento
Europeu para as Relações com os Países do Mercosul,
foi um dos autores de uma carta, enviada à comissária
europeia para o Comércio, Cecília Malmstrom sobre o acordo
União Europeia-Mercosul.
Nesta carta, que inclui também a assinatura de Carlos
Zorrinho, coordenador do grupo socialista para a EUROLAT, os seus
autores declaram-se convictos da importância política e
económica do acordo de associação entre a UE e o
Mercosul e apelam a que se abandonem as relutâncias que ainda
subsistam quanto à oportunidade deste acordo, dadas não
só as relações históricas e culturais
privilegiadas da Europa com a América Latina como a necessidade
de contrabalançar o Acordo de Parceria Transatlântica de
Comércio e Investimento, mais conhecido como TTIP.
Os eurodeputados dizem-se convictos de que as autoridades
políticas do Mercosul estão sinceramente empenhadas em
concluir o acordo a breve trecho e manifestam o seu firme apoio a que a
troca de ofertas ocorra nas próximas semanas, pois tal
constituiria um estímulo determinante para as
negociações finais.
A mesma carta foi também enviada para Jean Asselborn, ministro
dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, país que assegura
atualmente a presidência do Conselho da União
Europeia.
Francisco Assis questiona a Comissão Europeia sobre a
condenação à morte do poeta palestiniano Ashraf
Fayadh
Como membro da sub-comissão para os Direitos do Homem,
Francisco Assis, questionou a Comissão Europeia sobre a
condenação à morte por apostasia, no passado dia 17
de novembro, do poeta e artista plástico palestiniano Ashraf
Fayadh. Este homem, de 35 anos, foi acusado de renegar o Islão,
promover o ateísmo e de difundir ideias blasfemas junto dos mais
jovens, acusações que negou durante a sua
detenção e julgamento, onde lhe foi sempre recusada a
assistência de um advogado, em clara violação do
direito internacional.
Francisco Assis procura saber que ações pretende a sua
vice-presidente/alta-representante para os Assuntos Externos e a
Política de Segurança desenvolver no sentido de levar a
Arábia Saudita a anular esta chocante condenação
à morte e a retirar todas as acusações a Ashraf
Fayadh baseadas na liberdade de consciência e de expressão?
Especialmente tendo em conta o compromisso da União Europeia para
com os Direitos Humanos na sua política externa.
O eurodeputado recordou na sua pergunta que entre 1 de janeiro e 9 de
novembro deste ano a Arábia Saudita já executou pelo menos
150 pessoas, metade das quais por "ofensas" tais como
apostasia, adultério e feitiçaria afirmando que
"é intolerável que numa época de
livre-pensamento, de livre circulação global de ideias e
conhecimento, numa época em que a fé e a espiritualidade
só podem ser imputadas ao domínio da consciência
individual, um ser humano ainda possa ser condenado à morte por
exercer a sua liberdade de crença".
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"Não haverá união da energia sem mercado
único da energia e não haverá mercado único
da energia sem um reforço das interligações",
afirmou
Carlos Zorrinho no debate sobre o estado da união da energia,
esta manhã no plenário de Estrasburgo do Parlamento
Europeu.
Defendendo que a Comissão deva proceder à
"erradicação das ilhas energéticas", o
eurodeputado socialista aproveitou para reafirmar a propósito que
"a Península Ibérica, com um investimento criterioso
e ambicioso nas interligações será um parceiro
determinante para concretizar a união da energia".
Depois de considerar que "os projetos de interesse comum e os
projetos complementares, vão colocar à prova não
apenas os instrumentos europeus de financiamento, como também o
Fundo Europeu para o Investimento Estratégico", Carlos
Zorrinho defende "uma resposta que seja inequívoca,
rápida e adequada às prioridades".
Em relação à diretiva das renováveis, o
eurodeputado preconiza um debate público com o envolvimento dos
cidadãos europeus "baseado no acesso livre a toda a
informação relevante sobre os custos diretos e indiretos
das várias opções", e no que respeita
às estatísticas sobre a energia advogou "a melhoria
na formação dos preços e a
disponibilização de informação relevante
sobre a segurança energética, a segurança nuclear,
as reservas de petróleo, a eficiência energética e
as tendências de consumo".
"Para liderarmos a transição energética
precisamos de inteligência política,
mobilização dos cidadãos e das empresas,
flexibilidade regulatória, convergência de esforços
entre os 28 Estados-membros e capacidade de atrair investimento",
afirmou Carlos Zorrinho, para quem "a União Europeia e o
mundo precisam de uma união da energia robusta e
credível".
Carlos Zorrinho na 2015 Science Business Annual
Summit
"Como pode o I&D contribuir para estratégias bem
sucedidas de crescimento sustentável" foi o ponto
desenvolvido por Carlos Zorrinho no decurso da 2015 Science Business
Annual Summit, realizada em Barcelona. Fundada em 2004 por jornalistas
especializados na área da ciência e tecnologias, a Science
Business é uma empresa de comunicação especializada
na investigação e inovação europeia que se
dedica a ajudar a Europa a inovar, promovendo a tomada de
decisões nos mundos da investigação,
indústria e políticas através de novas
estratégias, ideias e contactos de sucesso.
Agenda
27 de Novembro - Ilhavo - Hotel MonteBelo/Vista Alegre - 13h00 -
Carlos Zorrinho participa nas Jornadas Técnicas de
Cerâmica’15 onde abordará a temática da
inovação na indústria.
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O Grupo S&D conseguiu uma importante vitória com a
introdução de uma "garantia da infância"
para contribuir que as crianças saiam de situações
de risco pobreza. Hoje, na Europa, 20 milhões de crianças
vivem em famílias que não podem sequer pagar uma
refeição diária. Face ao enfraquecimento dos
serviços públicos, o Parlamento Europeu exige agora
à Comissão e aos Estados-membros a
implementação de uma "garantia da
infância" para que "todas as crianças em
situação de pobreza possam ter acesso a cuidados de
saúde gratuitos, educação gratuita,
habitação digna e nutrição adequada enquanto
parte do plano europeu integrado para combater a pobreza infantil,
incluindo tanto uma garantia da infância como programas de apoio e
oportunidades para os pais saírem de situações de
exclusão social e integrarem o mercado de trabalho".
Segundo Maria João Rodrigues, vice-presidente da bancada
socialista para as áreas económicas e sociais, e uma das
promotoras da proposta, "os líderes europeus têm que
admitir que alguma coisa está fundamentalmente errada se, apesar
de todas as medidas implementadas, as desigualdades sociais e a pobreza
infantil continuam a aumentar. É urgente investir nas
crianças, é, aliás, o melhor investimento que uma
sociedade pode fazer". A eurodeputada sublinha que "uma em
cada quatro crianças na UE está em risco de pobreza ou
exclusão social, ou seja, não há tempo a
perder", defendo medidas claras quando se trata de acesso à
educação, assistência à infância,
habitação e a serviços de saúde. "A
garantia da infância deve ser vista como um instrumento
fundamental para a estabilidade e prosperidade da União Europeia
no seu todo", concluiu.
Os socialistas considerem que "cobrindo estes domínios de
ação, através de planos de nacionais e europeus, a
UE vai dar a oportunidade a milhões de crianças de
melhorarem consideravelmente as suas condições e vida e as
suas perspetivas de futuro"
O documento agora aprovado refere ainda números
preocupantes para a taxa de abandono escolar em Portugal, que se situa
acima dos 20%, enquanto a taxa média da UE se situou nos 13%.
Portugal é também apontado como um dos países em
que o risco de pobreza infantil persiste em famílias em que os
pais trabalham.
II curso de formação em
negociação europeia terminou em Bruxelas com
"reunião do Conselho Europeu"
Terminou esta semana a segunda formação em
negociação europeia, uma iniciativa promovida por Maria
João Rodrigues. Este ciclo de formações tem como
base a experiência na frente europeia de Maria João
Rodrigues, agora na de vice-presidente do grupo S&D, anteriormente,
como ministra, na coordenação de presidências da UE,
na preparação de dezenas de Conselhos Europeus, como
conselheira especial na Comissão Europeia e com o seu
envolvimento em negociações relevantes para o projeto
europeu, nomeadamente, com o Tratado de Lisboa e com a Estratégia
de Crescimento Europeia. As aulas, destinadas a diplomados em assuntos
europeus e conexos, universitários, recém-diplomados,
funcionários públicos com funções
relacionadas e jornalistas, decorreram numa primeira fase em Lisboa e,
numa segunda fase, em Bruxelas, no Parlamento Europeu e Comissão
Europeia, e contaram com a participação de
responsáveis políticos e técnicos das várias
instituições. A iniciativa culminou com a
organização de uma "simulação" de
uma reunião do Conselho Europeu, em que cada formando, integrado
numa equipa negocial de um Estado-membro, teve a oportunidade de ver
como funciona o processo de negociação europeia. A
próxima formação será realizada durante os
meses de maio e junho de 2016.
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Pedro Silva Pereira questionou
a comissária Europeia para o Comércio, Cecilia
Malmström, sobre o andamento dos trabalhos preparatórios da
próxima conferência ministerial da
Organização Mundial do Comércio (OMC) que
analisará a situação da Agenda de Desenvolvimento
de Doha (ADD) e terá lugar em Nairobi de 15 a 18 de
dezembro.
Na sua intervenção durante o plenário de
Estrasburgo, Pedro Silva Pereira recordou que falta menos de um
mês para a conferência ministerial e que os trabalhos
preparatórios estão longe de ser satisfatórios e de
perspetivarem um sucesso em Nairobi. A Comissão Europeia deve,
por isso, esclarecer o que está a fazer e o que é que pode
ainda fazer para construir alianças e alcançar
entendimentos mutuamente aceitáveis para os membros da OMC.
Para Pedro Silva Pereira, é necessário concluir
as negociações da Ronda de Doha, que já decorrem
há muito tempo, e nenhuma agenda bilateral ou regional de acordos
de comércio pode substituir uma agenda multilateral ambiciosa e
equilibrada, definida em prol do desenvolvimento económico
equilibrado e justo.
O eurodeputado socialista notou que esta é uma reunião
multilateral, e que para concluir estes objetivos com sucesso é
necessário construir, nesta fase preparatória, os
entendimentos e as alianças certas e fortes que permitam
conciliar a política comercial com os objetivos de um
desenvolvimento mais justo e sustentável. Em resposta, a
Comissária declarou que a União Europeia está a
fazer todos os possíveis para alcançar resultados na
Conferência de Nairobi e que está a trabalhar afincadamente
com outros países, nomeadamente os países de
África, Caraíbas e Pacífico, para fazer
avançar uma agenda conjunta. A comissária para o
Comércio indicou, ainda, as três áreas nas quais se
concentram os trabalhos preparatórios: (i)
eliminação dos subsídios às
exportações agrícolas, evitando problemas de
segurança alimentar para os consumidores mais vulneráveis
às variações no preço dos alimentos; (ii)
pacote para apoiar os países menos avançados para que
possam beneficiar da abertura do comércio, incluindo o acesso
livre de direitos e de quotas; (iii) reforço da
transparência e dos requisitos de notificação da
OMC.
De notar que o Parlamento Europeu aprovou esta quinta-feira uma
resolução sobre a ADD, em preparação da
missão parlamentar europeia à Conferência
Ministerial em Nairobi, em que apela a um reforço da
dimensão parlamentar por forma a assegurar a legitimidade
democrática e a transparência da OMC. Esta
conferência ministerial é a primeira a ser realizada em
África e ocorre num momento decisivo para o sistema de
comércio multilateral e para a própria OMC, que assinala
este ano o seu 20º aniversário.
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Ana Gomes interveio na sessão plenária, em Estrasburgo,
no debate do relatório sobre a prevenção da
radicalização e do recrutamento de cidadãos
europeus por organizações terrorista, da autoria da
francesa Rachida Dati. Ana Gomes foi a relatora-sombra dos Socialistas e
Democratas e, durante meses, negociou com a relatora do PE para chegar a
um texto que propusesse medidas concretas no combate à
radicalização na União Europeia. Ana Gomes explicou
que, apesar de serem "milhares os jovens europeus que partiram
para a Síria e o Iraque para combaterem nas fileiras do Daesh,
que não é Estado, nem é islâmico",
" não é, como nos acenam alguns ilusoriamente, com o
cerrar de fronteiras ou com uma diretiva PNR (Registo de
Identificação de Passageiros) que vamos conseguir travar a
sua radicalização e o seu recrutamento". O desafio
está, sublinhou, "aqui mesmo na Europa, dentro das nossas
sociedades, porque os atacantes em Paris — em janeiro, como em
novembro — eram europeus, franceses e belgas. E, por isso,
é fundamental voltarmos a combater desigualdades,
discriminações e a exclusão social sentida de forma
particularmente aguda pelas comunidades migrantes em bairros que
deixamos transformar em guetos de desespero e ressentimento". Para
Ana Gomes, importa ainda pôr travão na "destrutiva
política de austeridade cega, que também explica por que
em vez de terem meios humanos e outros meios reforçados,
polícias, serviços de informação e
magistrados se debatem com incapacidades, e explica que prisões
se tenham transformado em centros de radicalização em vez
de reabilitação de delinquentes". Para isso, no
entender dos socialistas europeus, é necessária uma
união política que se reflita eficazmente na partilha de
informações de segurança, na
cooperação policial e judicial, bem como um planeamento
conjunto e avaliação de riscos comum. E é preciso
uma política externa e de segurança capaz de ajudar a
devolver a paz e a segurança à vizinhança europeia,
"como Síria, Iraque e Líbia evidenciam", disse a
eurodeputada socialista.
Os atentados em Paris
No debate plenário sobre os atentados em Paris, a 13 de
novembro, Ana Gomes submeteu uma intervenção escrita em
que sublinhou a necessidade "de atacar as fontes do financiamento
terrorista: o tráfico de armas, o petróleo, o
branqueamento de capitais, chamando à responsabilidade todos os
financiadores e facilitadores, muitos fazendo jogo duplo como Arabia
Saudita, Qatar e Turquia".
Debate sobre a cimeira de Valetta
No debate sobre as conclusões da cimeira de Valetta, em que
Chefes de Estado e de Governo da UE, em conjunto com líderes
africanos, procuravam dar uma resposta à atual crise de
refugiados, Ana Gomes denunciou
aquilo que descreve como uma "União Europeia
fragmentada, centrada no controlo de fronteiras e no aumento de
restrições à entrada de refugiados, tentando fazer
outsourcing do trabalho sujo, incluindo através de
acordos de readmissão que teriam, se alguma vez fossem assinados,
o mesmo papel que tiveram os que em tempos Berlusconi concluiu com o
facínora Kadhafi". Do outro lado, "vimos governos
africanos a exigirem mais investimentos e ajuda, dita de
desenvolvimento, para regimes cleptocráticos e opressores e, por
isso mesmo, prolíficos fabricantes de refugiados e migrantes,
como os do Sudão, da Eritreia e da Etiópia, entre
outros". "Sejamos claros", disse a eurodeputada:
"a UE, por responsabilidade dos governos, tem falhado em travar
guerras, conflitos, terrorismo, opressão e
exploração económica às suas portas ou mais
longe na África, a que está ligada por laços
históricos e humanos. Apesar de toda a retórica, tem
privilegiado relações com governos, por mais corruptos que
sejam, e faz lip service no apoio à
organização dos cidadãos africanos que se batem
contra a opressão e a corrupção". É,
por isso, fundamental, abrir canais legais e seguros de acesso para
refugiados e migrantes, com têm defendido os Socialistas e
Democratas no PE desde o início desta crise, porque, além
de sabotar o negócio sujo dos traficantes de seres humanos, essa
"é a principal maneira de proteger as vidas dos homens,
mulheres, e crianças para que não tenham de se entregar
nas mãos de traficantes e atirar-se ao mar. Esta é
também a única maneira para controlarmos eficazmente as
nossas fronteiras e garantirmos que organizações
criminosas, incluindo as terroristas, não tirem partido da
barafunda que são os pontos de chegada, onde não há
recursos para fazer qualquer controlo sério de quem
chega".
Debate sobre o relatório TAXE
No debate plenário sobre a adoção do
relatório TAXE sobre decisões fiscais antecipadas e outras
práticas de feito similar, Ana Gomes elogiou
a "crucial investigação desenvolvida pela
Comissão TAXE para levantar o véu da opacidade em que as
multinacionais operam na União Europeia e no mundo, pagando cada
vez menos impostos, enquanto se sobrecarregam cidadãos e PME, e
os governantes capturados alegam não haver dinheiro para o Estado
social, nem para investir na economia e na criação de
emprego." A eurodeputada socialista defendeu ainda que o Parlamento
"não deve aceitar em codecisão um acordo que
não obrigue as empresas a publicarem os seus relatórios de
contas país por país, como já fazem os bancos, sem
prejuízos. A Comissão TAXE tem de continuar a investigar,
pela transparência, pelo escrutínio da política
fiscal das multinacionais e pelo fim da escandalosa cumplicidade de
governantes europeus contra os interesses dos cidadãos e da
União."
As eleições legislativas em
Mianmar
Falando no debate sobre as eleições legislativas de 8
de novembro em Mianmar, Ana Gomes sublinhou as responsabilidades
tremendas da Liga Nacional para a Democracia, partido vencedor, em
contrariar as mensagens racistas e discriminatórias que as
forças budistas extremistas têm veiculado na sociedade
birmanesa, e mostrar que a governação democrática e
reconciliação serão verdadeiramente inclusivas e
respeitadoras dos direitos humanos. Defendeu também que a
União Europeia deve apoiar processo de
democratização, monitorizar o processo de paz, e sobretudo
apoiar a sociedade civil e os partidos políticos, incluindo o
NLD, garantido apoio para as forças politicas que pedem uma
mudança da constituição.
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Liliana Rodrigues reuniu-se em Estrasburgo com jornalistas
portugueses com o objetivo de mostrar o trabalho realizado no Parlamento
Europeu. A eurodeputada eleita pelas listas do Partido Socialista foi
entrevistada por jornalistas da imprensa nacional e local, com destaque
para os da sua região, DN Madeira e RTP Madeira, tendo respondido
a questões relacionadas com os recentes ataques terroristas a
Paris e a situação de emergência que se vive em
Bruxelas, o desenvolvimento regional e os novos instrumentos de
financiamento e o seu trabalho no Parlamento Europeu na defesa dos
interesses nacionais.
Pobreza infantil em debate
No programa "Eurodeputados" da RTP2, dedicado à
pobreza infantil na UE, Liliana Rodrigues manifestou
preocupação "com o nível de pobreza absoluta
que ainda se faz sentir nos países da União, relacionada
com a falta de condições básicas como
alimentação, água potável,
habitação adequada ou cuidados de saúde, e que foi
agravada pela austeridade dos últimos anos", mas sobretudo
com "aquela pobreza que impede que todas as crianças tenham
as mesmas oportunidades e participem em pé de igualdade na
sociedade em que vivem. Uma pobreza relativa que, não sendo
tão extrema, acaba por ser perpetuadora das desigualdades
sociais". A eurodeputada socialista acrescenta que "a pobreza
infantil é um fenómeno que prejudica a solidariedade e a
coesão social e uma traição às promessas de
um modelo social Europeu que deve defender os direitos dos seus
cidadãos mais vulneráveis. Implica também o aumento
dos custos sociais, uma vez que a pobreza infantil está
indissociavelmente ligada à saúde precária,
conduzindo a problemas de saúde prolongados e a mais despesas com
tratamentos, e tem consequências óbvias na
redução da produtividade económica. Uma
criança pobre terá bem mais dificuldades em atingir todo o
seu potencial, adquirindo menos competências e prejudicando as
suas oportunidades de conseguir empregos dignos, ter uma vida ativa e
criativa e contribuir positivamente para o desenvolvimento
económico e para a sua comunidade local. Isto significa receitas
públicas mais baixas (provenientes dos impostos) e, por isso,
menos dinheiro para investir. É um círculo vicioso que tem
de ser interrompido. Os dados são claros no caso português:
uma em cada quatro crianças em Portugal vive em agregados com
privação material; mais de meio milhão de
crianças perdeu o direito ao abono de família; o apoio do
Estado às famílias é inferior à média
da OCDE. Não restam dúvidas de que precisamos de outras
políticas para o nosso país e para a
União".
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Apesar da narrativa da valorização do pescado dos
Açores não ser propriamente uma novidade nos dias que
correm, o comportamento do consumidor, a tecnologia disponível e
as ações desenvolvidas pelas autoridades regionais parecem
coincidir para que este desígnio possa, a breve trecho, colocar a
região numa posição de vantagem competitiva. A
aposta na manutenção de uma frota de pesca artesanal, a
baixa intensidade das artes utilizadas e as opções de
gestão de stocks baseadas no conhecimento científico,
produzido por instituições como o Departamento de
Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores fazem do nosso
esforço de pesca um dos mais sustentáveis do
Atlântico.
A rastreabilidade, que grosso modo significa a capacidade de saber a
cada momento a proveniência de um determinado peixe, é uma
prática que, mais cedo do que tarde, será implementada de
forma generalizada. As pressões para que isso aconteça
vêm das mais diversas proveniências. Desde logo, dos
próprios consumidores que estão hoje mais sensibilizados
para a segurança alimentar e para o impacto ambiental daquilo que
consomem, mas também de um vasto leque de
organizações não governamentais ligadas à
conservação dos oceanos e à defesa da
biodiversidade. Todos pressionam os reguladores internacionais e os
blocos económicos para que intensifiquem os critérios de
rotulagem do pescado.
Uma destas organizações, a Oceana, estudou o peixe
consumido em Bruxelas, incluindo as cantinas das
instituições europeias, e, através de testes de ADN
a 280 amostras de peixe, chegou a conclusões que devem dar que
pensar. Os resultados mostram que em 32% dos casos o peixe apresentado,
quer analisando o menu quer tendo em atenção as
explicações do empregado de mesa, não correspondem
à verdade.
95% do peixe vendido como rabilo é fraudulento. Este peixe
é frequentemente substituído pelo mais comum e barato
galha-à-ré, 72%, sendo em 22% dos casos substituído
pelo sobre-pescado patudo.
11% do linguado vendido é fraudulento, sendo
substituído por outras espécies sem valor do grupo dos
siluriformes (peixes-gato). O Bacalhau é alvo de fraude em 13%
das amostras.
38% do peixe analisado nas instituições europeias
estava mal identificado, tal como 54% do peixe consumido em restaurantes
de Sushi e 29% do consumido em restaurantes turísticos
especializados em peixe.
Os resultados deste estudo colocam o dedo na ferida e o que foi
verificado em Bruxelas, muito provavelmente, acontecerá noutros
locais. A fiscalização das diretivas europeias e das
legislações nacionais necessita de aperfeiçoamento.
Há também outros passos a dar. É disso exemplo o
incremento da rotulagem e o aprofundamento dos mecanismos de rastreio. A
Oceana aconselha os Estados-membros da União Europeia a
desenvolverem um sistema intuitivo e transparente, em todos os
níveis da cadeia de abastecimento e venda, de forma a garantir a
segurança e a origem sustentável do peixe desde o barco
até à mesa. O estudo também impele os
Estados-membros a alargarem a informação presente nos
rótulos de pescado à venda em cantinas e restaurantes.
Para que o consumidor possa decidir bem, tem de estar informado e, na
verdade, há muito peixe que é vendido tão barato
que dá para desconfiar...
Perante estes factos, creio que devemos manter e até aumentar
os nossos esforços em duas direções claras.
Primeiro, na criação de capacidade para que a fileira do
peixe dos Açores use boa rotulagem e, em segundo, que se fomente
a exigência dos consumidores da União, para que solicitem
informação, a cada momento, sobre o peixe que estão
a consumir. Com esta base, poderemos fazer do “Peixe dos
Açores” uma marca capaz de gerar bons níveis de
rendimentos, garantindo simultaneamente elevados padrões de
sustentabilidade.
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