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Nesta edição:
1 - Socialistas Europeus recordam Maria Barroso.
2 - Maria João Rodrigues: "Queremos a
Grécia na zona euro através de um acordo justo".
3 - Pedro Silva Pereira: Parlamento Europeu
estabelece condições para um acordo comercial ambicioso e
equilibrado com os EUA.
4 - Francisco Assis nomeado relator de parecer sobre
União Energética e participa no debate sobre os desafios
da segurança na região do Médio Oriente e do Norte
de África e as perspetivas de estabilidade política.
5 - Carlos Zorrinho afirma que é urgente a
aposta na economia circular na questão da gestão dos
resíduos e defende forte parceria estratégica com Cuba e
derrogação da Posição Comum da UE.
6 - Elisa Ferreira: Na austeridade não
há histórias de sucesso.
7 - Ana Gomes nos debates sobre a diretiva de
revisão dos direitos dos acionistas de empresas, Tunísia e
Iémen.
7 - Ricardo Serrão Santos na defesa da
produção leiteira.
9 - Opinião de Liliana Rodrigues: Liberdade
de Panorama e direitos de autor.
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A delegação portuguesa dos socialistas europeus
organizou esta quarta-feira, em Estrasburgo, uma cerimónia
simbólica a Maria Barroso, “uma lutadora pela
democracia”, numa iniciativa que contou com a presença de
representantes dos vários partidos portugueses com
representação no Parlamento Europeu.
Carlos Zorrinho, chefe da delegação Socialista lembrou
que "Maria Barroso partiu mas ficou para sempre na nossa
memória pessoal e coletiva", ficou "no
coração de Portugal e dos portugueses" e que a
"sua personalidade extraordinária não cabe numa
frase, não cabe nas palavras, nas palavras que ela disse e cerziu
como ninguém".
O líder dos socialistas portugueses no Parlamento europeu
terminou afirmando que "para nós, Socialistas, Maria Barroso
é eterna".
Recorde-se que a delegação do PS enviou uma carta de
condolências à família de Maria Barroso, a dar conta
de “solidariedade na partilha da dor” pela morte de
“alguém que, ao longo da vida, foi uma bandeira, uma voz
resistente, ativa e solidária, na defesa da democracia, da
liberdade e da justiça”.
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O grupo socialista no Parlamento Europeu apelou à retoma
das negociações entre as instituições
europeias e a Grécia, tendo como base os compromissos já
alcançados no final de junho. Esta tomada de
posição foi apresentada por Maria João Rodrigues,
vice-presidente do grupo S&D, na reunião de líderes
socialistas europeus, que contou com a participação, entre
outros, de António Costa, François Hollande, Matteo Renzi,
Pedro Sanchez e Sigmar Gabriel.
Segundo Maria João Rodrigues "o povo grego deu uma
resposta clara no referendo de domingo, expressando que, após
cinco anos de austeridade, o país atingiu os limites que o
ajustamento pode suportar. Também ficou claro que a
vitória do "não" não expressa a vontade
de um Grexit, representa um apelo da população
grega para que sejam apresentadas condições mais
razoáveis de relacionamento económico do país com o
resto da zona euro".
Os líderes socialistas comprometeram-se a "trabalhar
intensivamente nos próximos dias" para o estabelecimento de
um acordo com a Grécia, reiterando "que as propostas
socialistas são a única alternativa credível que
podem resultar para o estabelecimento de um acordo".
Grécia: Maria João Rodrigues no debate com
Alexis Tsipras
No debate em plenário do Parlamento Europeu com o
primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, a deputada socialista deixou
bem claro que "um acordo justo significa que os parceiros
europeus devem reconhecer que existem lacunas graves no modo de
funcionamento da União Económica e Monetária",
ressalvando no entanto que "o governo grego tem que apresentar uma
agenda de reformas credível e diferente da receita até
agora seguida". Maria João Rodrigues clarificou que a
solução "deve procurar um plano para o investimento e
o emprego, e que as reformas prioritárias devem ser outras:
visando um sistema de coleta de impostos mais equitativo,
serviços públicos mais eficazes e um sistema de
pensões mais sustentável".
A deputada apelou para que "o governo grego apresente propostas
credíveis" e que "todos os defensores do projeto
europeu sejam plenamente envolvidos para evitar um cenário de
Grexit, protegendo dessa maneira o projeto europeu, guiado
pelos princípios de responsabilidade e de
solidariedade".
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O relatório sobre as negociações de
comércio e investimento entre a União Europeia e os EUA
(conhecido por TTIP) foi aprovado pelo Parlamento Europeu por larga
maioria, com 436 votos a favor, 241 contra e 32
abstenções, a 8 de julho, em Estrasburgo.
No debate que antecedeu ao voto do relatório, Pedro Silva
Pereira, membro da comissão de Comércio Internacional
(INTA) e relator-sombra do TTIP na comissão de Assuntos
Constitucionais do Parlamento Europeu (PE), sublinhou que este
relatório é a primeira tomada de posição do
novo Parlamento sobre o TTIP e que estabelece exigências firmes
para um bom acordo com os Estados Unidos da América. Este acordo
comercial deverá aumentar o acesso europeu ao mercado
norte-americano, mas sem comprometer os padrões europeus e sem
prejudicar o direito de regular em prol do interesse público,
disse o deputado.
Pedro Silva Pereira manifestou apoio ao relatório por
acautelar as preocupações de muitos cidadãos: o
respeito por padrões elevados de proteção dos
direitos sociais e laborais, do ambiente, da segurança alimentar
e dos direitos dos consumidores; a defesa dos serviços
públicos de interesse geral (como a água, a saúde e
a educação); o respeito pela privacidade dos dados
pessoais; a proteção das indicações
geográficas europeias; uma abordagem ambiciosa para um acesso
não discriminatório aos contratos públicos dos EUA;
a negociação de listas exaustivas de produtos
agrícolas e industriais sensíveis; a transparência
das negociações e o fim do polémico sistema privado
de arbitragem de litígios entre investidores e Estados (ISDS).
Para o deputado socialista, o relatório, da autoria do presidente
da INTA, o socialista Bernd Lange, respeita todas as
condições e preocupações do grupo dos
Socialistas e Democratas do Parlamento Europeu.
Pedro Silva Pereira explicou que o ISDS tem permitido abusos e tem
suscitado preocupações legítimas. Por isso, o
deputado deixou claro que o texto aprovado exclui a arbitragem privada
das negociações do TTIP, exigindo um sistema totalmente
novo, público e transparente, com juízes profissionais
indicados pelos Estados (em vez de advogados indicados pelos
investidores privados) e um mecanismo de recurso capaz de garantir a
coerência das decisões arbitrais.
O eurodeputado socialista frisou, ainda, que um acordo entre os dois
maiores blocos económicos mundiais definirá elevados
padrões regulatórios para a globalização,
revestindo-se também de enorme importância
geoestratégica. A concluir, Pedro Silva Pereira disse que o
relatório dirige aos negociadores uma mensagem clara: só
haverá TTIP se as exigências do Parlamento e dos
cidadãos forem respeitadas.
Recorde-se que o acordo TTIP que resultar das
negociações em curso só poderá entrar em
vigor com a aprovação do Parlamento Europeu. A 10ª
ronda de negociações do TTIP terá lugar de 13 a 17
de julho, em Bruxelas.
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Francisco Assis foi nomeado responsável pelo parecer da
comissão de Assuntos Externos do Parlamento Europeu sobre o
projeto de relatório "Rumo a uma União Europeia da
Energia".
A dependência energética externa revela-se uma
questão muito sensível a nível geopolítico e
a nível da segurança de aprovisionamento energético
assumindo-se, por isso, como um tema central no contexto da
definição da futura União da Energia.
Os dados revelam com clareza a sensibilidade do tema: mais de metade
da energia consumida pela União Europeia é importada. No
caso do petróleo bruto as importações ultrapassam
os 90% e no gás natural atingem os 66%; muitos dos
Estados-membros dependem exclusivamente de um único fornecedor,
como por exemplo da Rússia ou de países do Norte de
África, zonas hoje afetadas por enorme instabilidade.
Francisco Assis, enquanto membro da comissão de Assuntos
Externos, vai concentrar-se em apresentar propostas no seio da
definição da estratégia europeia para a energia que
reduzam os riscos que a Europa enfrenta neste domínio.
O debate sobre os desafios da segurança na
região do Médio Oriente e do Norte de África e as
perspetivas de estabilidade política
Francisco Assis, como membro da comissão de Assuntos Externos
do Parlamento Europeu, participou em Estrasburgo no debate sobre os
desafios da segurança na região do Médio Oriente e
do Norte de África e as perspetivas de estabilidade
política. Nesta discussão que se centrou num
relatório sobre o mesmo tema saudou
o autor "pela qualidade do mesmo e sobretudo pela
visão lúcida sobre a questão do Médio
Oriente e do Norte de África que é possível
produzir a partir da Europa".
Em primeiro lugar, Francisco Assis salientou a "recusa clara
da teoria do choque das civilizações, do confronto entre
uma suposta essência ocidental por oposição a uma
essência do mundo islâmico" defendendo que existe
"uma realidade histórica de uma extrema complexidade e
marcada por profundas clivagens – clivagens de ordem
política, clivagens de ordem religiosa, clivagens de ordem
cultural, clivagens de ordem social e económica e que, de facto,
hoje conduzem a uma situação algo caótica em toda
aquela região".
O deputado europeu defendeu que "a reação da
Europa para com esta região vizinha tem que ser sempre colocada
no plano político e no plano diplomático" e que, para
todas as questões levantadas neste relatório,
"há várias respostas a serem dadas e nenhuma delas
pode ser excluída, porque elas devem, aliás, ser
articuladas umas com as outras".
Francisco Assis continuou a sua intervenção
centrando-se na questão da Tunísia, país onde se
iniciou a primavera Árabe. Defendeu que "não
podemos, enquanto europeus fiéis a um determinado conjunto de
valores, permanecer insensíveis àqueles que nesses
países lutam justamente pela construção de um
Estado de direito, pela separação entre a esfera
pública e a esfera privada em matéria religiosa, pela
consagração das liberdades, pela edificação
de uma verdadeira democracia". Destacou que a Tunísia
é "até agora o único exemplo bem-sucedido,
dessa mesma primavera Árabe, e que, infelizmente, tem sido
atacada por isso mesmo". O deputado europeu concluiu dizendo
que "o recente atentado que ali se verificou é um
atentado não apenas contra o povo tunisino, mas é um
atentado contra uma reivindicação de
construção de um Estado de direito democrático em
toda aquela região. A União Europeia tem um dever de
solidariedade adicional para com a Tunísia. A Tunísia tem
manifestado essa vontade, tem feito apelos no sentido do reforço
da cooperação, e nós temos que estar à
altura das nossas responsabilidades".
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"A aposta numa economia circular, que permita criar riqueza
incorporando na cadeia de valor a gestão dos resíduos
é uma aposta inteligente e urgente", afirmou
Carlos Zorrinho ao intervir no plenário de Estrasburgo no
ponto da ordem de trabalhos sobre "Eficiência na
utilização dos recursos: transição para uma
economia circular".
Lamentando que a Comissão Europeia tenha retirado a sua
proposta sobre esta matéria, Zorrinho sublinhou a
importância do relatório de iniciativa em debate
(relatório Sirpa Pietikäinen). "A Comissão deu
um passo atrás. Tenhamos nós a ambição de
dar dois passos em frente e mudar o quadro da
globalização", defendeu o deputado socialista.
Para Carlos Zorrinho, na globalização
"desregulada" que vivemos hoje verificam-se
"tendências preocupantes". Por um lado, considerou,
"têm aumentado as desigualdades e a gravidade dos focos de
pobreza", e por outro, "as alterações
climáticas têm vindo a gerar catástrofes, fome,
desolação, e exigem respostas claras, fortes e com
resultados concretos."
O caminho, de acordo com Carlos Zorrinho, "é claro"
e passa pelo crescimento sustentável, "chave para uma
globalização regulada, amiga do ambiente e centrada nas
pessoas".
"Devemos dar na Europa o exemplo e através dos acordos
internacionais, comerciais e outros, tornar esta visão extensiva
à economia global", propôs o deputado socialista no
Parlamento Europeu, acrescentando que "quando dizemos que queremos
um crescimento sustentável isso não seja apenas
retórica, antes seja uma estratégia de futuro para todos
nós".
Zorrinho defende forte parceria estratégica com Cuba e
derrogação da Posição Comum da
UE
"A União Europeia e Cuba devem desenvolver uma forte
parceria estratégica baseada na cooperação para o
desenvolvimento, nas relações económicas e
comerciais e no diálogo político", defendeu
Carlos Zorrinho ao intervir na sessão plenária de
Estrasburgo, de 8 de julho, no ponto da ordem de trabalhos relativo
às relações entre a União Europeia e
Cuba.
O eurodeputado socialista sustentou, por outro lado, a
derrogação da chamada Posição Comum da UE
relativamente a Cuba, datada de 1996. De acordo com Carlos Zorrinho,
além de "velha e desatualizada", a
Posição Comum "fecha as portas de um diálogo
construtivo com impacto não apenas nas relações com
Cuba, mas também no diálogo com a América Latina e
com a América Central", prejudicando o "reforço
duma visão partilhada sobre uma globalização
sustentável."
A União Europeia, segundo Carlos Zorrinho, tem para oferecer a
Cuba em troca da sua abertura aos valores democráticos "um
modelo de desenvolvimento humanista, centrado nas pessoas, que soma as
preocupações sociais e de serviço público
que Cuba tem prezado, com a liberdade de expressão da sociedade
civil, dos indivíduos e das
instituições".
Depois de saudar os esforços de normalização das
relações entre a UE e Cuba levados a cabo por Federica
Mogherini, Alta Representante da UE para Política Externa e
Segurança, Zorrinho enfatizou a necessidade de uma parceria ativa
"na caminhada de Cuba para uma democracia inclusiva, aberta e
criadora de um ambiente natural para o debate livre e para a garantia
das liberdades fundamentais".
"Tudo isto somado a um desenvolvimento sustentável e a um
nível de prestação de serviços de acesso
universal de que Cuba é um dos exemplos que melhor compara com o
nosso modelo social", referiu ainda Carlos Zorrinho para quem
"fazer pontes para um mundo melhor, nos tempos conturbados que
vivemos, é um desafio extraordinário que podemos
vencer".
Agenda:
10 de Julho - 21h30 - ZTalks - "Diálogos com a Europa e o
Futuro", Biblioteca Municipal de Sines, em Sines.
11 de Julho - 21H30 - ZTalks - "Diálogos com a Europa e o
Futuro", Biblioteca Municipal de Portalegre, em Portalegre.
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Elisa Ferreira defendeu que o salvamento da Grécia da
bancarrota, é uma questão política e não
técnica, apelando a que todos os governos da Zona Euro cheguem a
um acordo até à data limite de domingo de modo a
preservarem a estabilidade da moeda única.
Resolver o problema do financiamento da Grécia
"não é uma questão técnica",
"é uma questão de vontade política", afirmou a deputada
num debate que decorreu durante a sessão plenária do
Parlamento Europeu, em Estrasburgo, com o primeiro-ministro grego,
Alexis Tsipras. As soluções já tão todas
identificadas ao nível técnico, e incluem o preenchimento
das lacunas identificadas ao nível da arquitetura da união
monetária, como é o caso da gestão em comum de
parte, pelo menos, das dívidas soberanas. "É uma
questão política e é uma questão de
método e de confiança”, defendeu.
“Até domingo a Europa tem de tomar decisões
históricas, tem de decidir se tem futuro ou se morre na
Grécia”, enfatizou a eurodeputada. Elisa Ferreira reiterou
a sua habitual crítica ao facto de os responsáveis
europeus estarem há cinco anos a insistir numa agenda de
austeridade "que não funciona" porque "não
é possível pagar dívida (pública) com
economias em recessão forçada". "Na austeridade,
não, não há histórias de sucesso”,
afirmou, dirigindo-se aos deputados conservadores que tinham acabado de
contrapor o “sucesso” de Portugal ao fracasso da
Grécia.
A deputada lamentou também que a zona euro, com o seu PIB de
15 biliões de euros (milhões de milhões),
não consiga resolver um problema de um país que representa
apenas 2% da sua riqueza. “É esta a imagem que a Europa
dá num mundo que olha para ela em permanência?”,
interrogou-se.
Dirigindo-se especificamente a Donald Tusk, presidente das cimeiras
da União Europeia e da Zona Euro, que participou igualmente no
debate, Elisa Ferreira frisou que não é possível
encontrar soluções entre as diferentes legitimidades em
confronto dos diferentes parlamentos da Zona Euro. A
solução para este problema foi encontrada com a
instituição do método
"comunitário" de decisão a cargo de
instituições europeias, que têm como missão
defender e representar o interesse comum e não os interesses de
um ou de outro Estado. "Este é o elemento que falta nesta
agenda", salientou, defendendo que Tusk deverá recorrer
à Comissão Europeia e ao Parlamento Europeu para o ajudar
a resolver o problema da Grécia.
Além do método de trabalho e de decisão,
todavia, há também que resolver a questão de
confiança e essa é a parte que terá de ser
resolvida pelo primeiro-ministro grego, afirmou, deixando claro que
não culpa Tsipras pelo que foi feito há 5 anos, ou durante
5 anos, porque o novo primeiro-ministro só está no Governo
há 5 meses.
Mas, prosseguiu: "Senhor Tsipras, tem sido acusado neste
parlamento de ter uma agenda escondida para tirar a Grécia do
Euro sem ser responsabilizado por isso. Pode garantir a este Parlamento
que quer, e fará tudo o que fôr preciso, para tornar a
economia grega viável de forma a poder permanecer no euro? Esta
é a questão essencial de confiança",
rematou.
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Na sessão plenária do Parlamento Europeu (PE) Ana Gomes
participou no debate sobre o relatório da comissão dos
Assuntos Jurídicos sobre a diretiva de revisão dos
direitos dos acionistas de empresas. A deputada socialista
congratulou-se pela proposta do Parlamento tornando obrigatória a
informação pública do que lucram e pagam em
impostos, país por país, as empresas. Esta proposta tem
assim de ser considerada nas negociações tripartidas entre
o PE, a Comissão Europeia e o Conselho dos Estados Membros, para
fixação do conteúdo de nova diretiva
comunitária sobre o tema. Para
Ana Gomes, a posição do PE vem “reforçar
extraordinariamente os esforços das administrações
fiscais, policiais, judiciais e de jornalistas e cidadãos para
detetar e combater o planeamento fiscal agressivo e a evasão
fiscal" no mundo das empresas. “É urgente travar a
selva fiscal na União Europeia, que os escândalos Luxleaks
e Swissleaks expuseram, e que gravemente prejudica o projeto europeu e
também outros países, em especial países em
desenvolvimento”. O que está aqui em questão
é o princípio da transparência de todas as empresas
de todos os sectores, explicou.
A situação na Tunísia
Ana Gomes interveio
no debate sobre a situação na Tunísia, no
rescaldo do ataque terrorista na praia de Sousse, no mês passado,
e explicou que o objetivo central das organizações
terroristas por detrás deste e outros ataques é
“afundar a democracia em construção na
Tunísia”. É por isso que os “cobardes
massacres do Museu Bardo e agora na praia de Sousse, em que morreu uma
cidadã portuguesa, mostram como as ameaças do terrorismo,
do extremismo violento e do crime organizado não conhecem
fronteiras, e encontram recrutas graças ao desemprego e à
exclusão social que a própria Europa, com políticas
recessivas, desgraçadamente faz estender na sua
vizinhança”. Ana Gomes acrescentou ainda que a UE tem
especiais responsabilidades no combate ao chamado “Estado
Islâmico”, sendo que, até agora, ainda não o
conseguiu fazer nem no Iraque, nem na Síria. “Mais perto,
na Líbia e na Tunísia, a Europa tem de agir, desde logo
apoiando solidariamente a Tunísia, o seu governo saído de
eleições democráticas, no desenvolvimento
económico e na criação de emprego para dar futuro
aos seus jovens, como também no reforço da
segurança interna, marítima e de fronteiras”,
insistiu Ana Gomes. Ao mesmo tempo, a socialista recordou que travar a
expansão terrorista passa também pela
criação de canais legais e seguros para migrantes e
refugiados chegarem à Europa, como a “única forma de
não fortalecer as redes de traficantes que se prestam a ser
usadas por terroristas, visando hoje cidadãos europeus e, mais
tarde ou mais cedo, golpeando em território europeu”.
O conflito no Iémen
No debate sobre o conflito no Iémen, a parlamentar socialista
que acompanha de perto os acontecimentos na região e foi no
mandato anterior relatora do PE para as relações
EU-Arábia Saudita, alertou
para os riscos do conflito sectário se tornar
incontrolável no país e na região. “Temos de
intensificar esforços diplomáticos no sentido de conseguir
o cessar das hostilidades. O preço a pagar, se não
agirmos, é o caos, insuportável sofrimento humano, a
destruição de Património da Humanidade e o
contágio da violência a países vizinhos”,
disse Ana Gomes. Além disso, a situação no
Iémen possibilita também o avanço de grupos
terroristas como o EI ou a Al Qaeda, facilitado pela ofensiva saudita
contra os rebeldes que, além de penalizar indiscriminadamente a
população, está a bloquear o acesso
humanitário ao país, votando milhares à fome e ao
desespero.
Ana Gomes interveio ainda nos debates urgentes sobre
violação de direitos humanos no Bahrein
e o caso particular de Nabeel Rajab, e ainda sobre o
Sudão.
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O Parlamento Europeu aprovou o relatório de iniciativa
sobre as medidas do pacote do leite e o futuro do setor na
Europa. O Parlamento Europeu apoia assim o reforço do POSEI
(Programa de apoio às regiões ultraperiféricas) e a
atribuição de uma ajuda transitória para os
Açores para fazer face ao fim das quotas leiteiras. Estas
reivindicações, juntamente com o reconhecimento da
peculiaridade da produção leiteira nos Açores,
têm encontrado resistência da parte do comissário
europeu Hogan.
Para além das medidas com impacto em todo o setor, o
Parlamento Europeu defende ainda o aumento do preço de
referência para a intervenção, novas medidas de
regulação da oferta e de gestão de crises e o
reforço do papel do observatório do leite instando a
Comissão a tomar as iniciativas necessárias à
prossecução destes objetivos.
No debate que antecedeu a votação, que teve a
participação do Comissário Hogan, Ricardo
Serrão Santos, eurodeputado socialista, apelou a "uma
abordagem específica no curto prazo para os Açores,
nomeadamente no que diz respeito à identificação de
perturbações de mercado”, o que remete para a
adoção de medidas excecionais de crise para fazer face a
situações de diminuição significativa de
preços.
O eurodeputado apelou ainda “ao empenho da Comissão
junto do setor para desenvolver instrumentos que protejam a
produção contra quebras bruscas de rendimento e para
prevenir e melhor gerir futuras crises”, referindo-se por exemplo
aos seguros que, considera, não estão adaptados às
necessidades do setor. Salientou ainda a importância de um
enquadramento legal adequado para permitir a gestão da
oferta.
Ricardo Serrão Santos lembrou que “há mais de um
ano que os preços no setor leiteiro estão em queda livre.
Ao mesmo tempo, o status quo não permite incentivar a
necessária renovação geracional e o
investimento”. O eurodeputado açoriano afirmou ser
“necessário criar condições para a
estabilidade da atividade leiteira no mercado interno, para que os
preços compensem os custos de produção e para
promover a coesão territorial. Para tal, também, é
preciso averiguar o comportamento da indústria e da grande
distribuição na cadeia de valor e as consequências
para os preços pagos aos produtores”.
Em declarações após a votação
Ricardo Serrão Santos afirmou ter chegado ao fim “um
processo que se iniciou há cerca de um ano e no qual me empenhei
particularmente”. O eurodeputado relembrou que desenvolveu ao
longo dos últimos meses uma agenda intensa de contactos quer na
região dos Açores quer em Bruxelas, “acompanhei
representantes dos produtores açorianos em ações de
sensibilização para a especificidade da
produção leiteira na região junto dos principais
grupos políticos representados no PE, de
associações europeias do setor e também da
Representação Permanente de Portugal em Bruxelas. É
bastante positivo constatar agora que estes esforços surtiram os
efeitos pretendidos”.
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Um dos relatórios esta semana discutido e votado no Parlamento
trouxe de volta a complexidade e a pertinência da discussão
sobre os direitos de autor no mundo contemporâneo. Esteve em causa
a Liberdade de Panorama e a introdução de uma
emenda que veio alterar por completo o objectivo da autora. Da
intenção de estender a liberdade de captar e publicar
imagens de edifícios e obras de arte localizadas em lugares
públicos aos 28 países da UE, passou-se à
limitação dessa prática em toda a União com
base num potencial uso comercial contra os interesses do autor.
A internet veio introduzir enormes mudanças culturais. O mundo
de hoje não é o mesmo de há duas ou três
décadas. A internet não reconhece fronteiras e os
domínios público e privado mesclam-se constantemente. Esta
é uma realidade a que temos de nos adaptar, explorando o que tem
de positivo e minimizando o que tem de negativo. Conciliar os direitos
de autor com a liberdade dos cidadãos é uma questão
complexa que está na ordem do dia. Na União Europeia
existem 28 regimes de copyright. É óbvia a
necessidade de uma harmonização europeia nesta
área.
A questão estará sempre em tentar garantir um
equilíbrio entre os interesses dos legítimos autores das
obras e aqueles que delas usufruem. É necessária uma lei
de direitos de autor adaptada às novas realidades digitais e que,
ao mesmo tempo, contribua para a partilha e enriquecimento da
diversidade cultural no espaço europeu.
Se não tenho quaisquer dúvidas de que o direito de
autor deve ser preservado como forma de valorizar o trabalho criativo,
muitas dúvidas tenho sobre a real e equitativa
compensação que chega aos autores. Perante o emaranhado de
taxas e regulamentações existente, é quase
impossível perceber qual a percentagem do que é pago pelo
consumidor chega aos autores, quanto é usado para financiar um
eventual fundo cultural e quanto fica ainda para as
associações de defesa dos autores. Também aqui
precisamos de harmonização e transparência. No
essencial, é preciso simplificar os direitos de autor.
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