A proposta de alteração ao relatório sobre o “Reforço da coesão económica, social e territorial na União Europeia”, visando a criação de um mecanismo específico de financiamento para as regiões ultraperiféricas (RUP) que dê apoio à integração de migrantes, da autoria de Liliana Rodrigues foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Regional.
A proposta da deputada foi aprovada com 20 votos a favor, quatro abstenções e 16 contra, incluindo os votos do Partido Popular Europeu (PPE), grupo político em que se encontram os representantes portugueses do PSD e CDS.
Para Liliana Rodrigues, esta foi “uma vitória importante para o Partido Socialista Europeu, que mostrou a importância que este mecanismo financeiro poderá ter nas regiões ultraperiféricas, como a Madeira, no apoio a quem chega fugindo de contextos de grave instabilidade política e económica em países terceiros”.
A deputada explicou que este instrumento pode servir “para ajudar todos os migrantes que chegam às RUP, como sucede agora com os luso-venezuelanos na Madeira, prestando-lhes todo o apoio necessário, seja a nível de educação, da língua, de serviços de saúde, habitação ou ao nível da integração no mercado de trabalho”.
Na Madeira, de acordo com o Vice-Presidente do Governo Regional, existem cerca de oito mil emigrantes madeirenses que regressaram à região.
“A Venezuela vive uma situação de urgência. Mais de um milhão e meio de pessoas saíram do país nos últimos anos e alguns dos países da América do Sul estão a desenvolver planos de emergência, tal a pressão a que estão expostos devido a este fluxo migratório incomum. Mas essa pressão também existe nos países da UE, nomeadamente em Portugal, Espanha e Itália”, referiu a deputada, acrescentando “lamentar que não exista uma acção concertada entre o Governo Regional e os seus políticos no Parlamento Europeu, rejeitando auxiliar, não só a Espanha e a Itália, mas também o seu próprio país e comprometendo o desenvolvimento sustentável da Madeira”.